“Eu não sei o que seria de mim, se há mais de quatro anos atrás eu não tivesse dado aquele passo. Precisei de coragem para começar a facilitar Círculos de Mulheres. Eu não me identificava com as mulheres que conduziam essas rodas. Elas pareciam ter alcançado um nível de empoderamento e de evolução bem acima de mim. Duas coisas me ajudaram: os livros que eu li e minha vontade de ter mais autonomia sobre mim mesma. Mais tarde eu iria descobrir que o que eu julgava empoderamento, era muitas vezes uma fachada, não era algo real. Eu ainda iria descobrir, conforme fosse seguindo minha jornada, ganhando experiência e crescendo no meu próprio processo, que o verdadeiro empoderamento precisa ser algo genuíno e singular para cada mulher e não tem uma fórmula pronta e nem pode ser apenas um estereótipo, o que aliás, acabou levando esse termo a ter uma conotação pejorativa pra algumas pessoas. Mas essa é uma longa discussão pra outra hora.
O mundo mudou drasticamente desde que comecei com os Círculos e agora, daqui onde estamos, olhando para trás, eu percebo que aquela decisão, no esquema “vai com medo mesmo”, foi crucial na minha vida. Em todas as dificuldades que tenho enfrentado desde o início da pandemia, tenho tido como aliados aprendizados e experiências ligadas ao Sagrado Feminino. Não dá para listar aqui o quanto a sororidade tem me ajudado de fato. Estar acompanhando mulheres incríveis que representam pra mim o verdadeiro empoderamento, me puxa pra cima. Estar em tantos grupos de mulheres onde trocamos tantas experiências, me fez compreender muito sobre a mulher e seu universo. E tudo isso me preparou para viver desafios maiores ainda do que os que tinha vivido até antes de março de 2020.
Sou imensamente grata pelo tanto de ajuda que recebi e recebo, e pelo tanto de ajuda que dei e dou.
Mulheres compartilharam comigo e eu cresci. Com mulheres eu compartilho para que, se assim desejarem, cresçam também. No final, é uma questão de decisão e de um primeiro passo corajoso. Outras mulheres te apoiarão no caminho. Isso é certo. Eu vivo isso.”
Terapeuta Spritualiter – Gisele Soares Monteiro