O Amor de Mãe

por | maio 21, 2021 | Sabedoria | 0 Comentários

“É muito comum receber em terapia pessoas que sentem que não foram amadas por sua mãe, ao menos não da forma como gostariam. Essa dor tem suas origens lá na infância, a partir das experiências da criança com sua mãe e de como ela as recebe e registra. Sendo uma criança, ela ainda não dispõe dos recursos psíquicos de um adulto, e todas as experiências significativas, as agradáveis e as desagradáveis, ficam marcadas de uma forma muito profunda. Ao se tornar adulta, ela continua muitas vezes presa a essa dor de se sentir rejeitada, permanecendo numa postura imatura de exigir que sua mãe lhe dê o que ela acredita não ter recebido.
Isso traz grandes implicações para a vida da pessoa, pois ao se manter focada na falta que sente, ela deixa de direcionar sua energia para a construção da própria vida de uma forma madura e saudável. Uma parte dessa dinâmica acontece de forma inconsciente, o que só contribui para que a pessoa mantenha suas exigências infantis em relação à mãe. É a partir dessa perspectiva imatura de falta e carência que ela vai se posicionando em seus relacionamentos, e como consequência, pode atrair pessoas igualmente imaturas, com comportamentos e exigências infantis direcionadas a ela.
No trabalho com as constelações familiares, percebemos que muitas vezes, quando a mãe não está disponível para a filha, é porque ela mesma está com sua energia voltada para a própria mãe, de quem também sente não ter recebido amor. A dor da rejeição sentida pela filha é a mesmo dor vivenciada por sua mãe.
As fotos que compartilho com vocês são uma remontagem de parte da constelação que me inspirou a escrever esse texto. Nela, a cliente (verde) mostrou toda a sua dor por se sentir rejeitada pela mãe (vermelho), que ela posicionou de costas para si. Na sequência do trabalho, vimos que a atenção da mãe estava toda direcionada à própria mãe, avó da cliente. Sendo uma entre mais de dez filhos, a mãe se sentia completamente invisível aos olhos maternos. A partir do movimento de reconciliação entre essas ancestrais, a mãe pôde se sentir vista, reconhecida e fortalecida, tornando-se então disponível para a filha.
Mesmo depois da abertura de sua mãe para ela, a cliente ainda sentiu dificuldade de receber o amor materno, pois a dor de se sentir rejeitada tinha raízes profundas. Foi a partir de uma lembrança de seus tempos de estudante – ela concentrada nos estudos, em seu quarto, e sua mãe levando-lhe um lanche – que ela pôde sentir a grandiosidade do amor de sua mãe. Que não era demonstrado da maneira carinhosa como ela gostaria, mas sim, na forma de preocupação com a alimentação e os estudos da filha. Essa percepção abriu-a então para tomar para si todo o amor que sua mãe tinha para lhe dar, da forma como lhe foi possível oferecer.
“Cada um dá de si aquilo que tem para dar, nem uma gota a mais”. Estar em paz com o que nossos pais puderam nos dar é uma via larga para o amadurecimento e sucesso na vida, na medida em que soltamos expectativas e cobranças, ficando liberados para seguir nosso próprio caminho.
Eu te convido para conhecer a força das Constelações Familiares.”

Por Marcela – Terapeuta Spiritualiter